o novo feminismo
Chanel Ready-to-wear Spring/Summer 2015
Não é nada de novo afirmar que ao longo dos tempos tem sido dito à Mulher o que fazer. No trabalho, no casamento, no sexo. Hoje em dia, a cultura ocidental sobretudo influenciada pelo cinema, pela música e pela moda, já nos permite ser todo o tipo de mulher que queremos ser. Ou pelo menos deveria permitir. Falo acima de tudo de sexualidade. Se for essa a nossa escolha, não interessa nada a ninguém se decidirmos que de momento queremos apenas uma paixão assolapada numa noite quente de Verão esporadicamente. Assim como nada interessa se estamos numa relação que julgamos para a vida e continuamos a querer ser sensuais e imaginativas com os nossos homens, mandando por exemplo uma fotografia apimentada, porque nos estamos a sentir bem na nossa pele (e esperando que nenhum filho-da-put@ se lembre de a sacar da nossa cloud). Até porque, não se enganem, as mulheres são tão ou mais sexuais que os homens e não é por namorarem ou casarem que o deixam de ser.
Está muito em voga este novo conceito de feminismo virado para a sexualidade. Não faltam por aí referências. A ideia-base é que todas nós, independentemente do nosso estado civil, independentemente de termos filhos ou não, independentemente da nossa idade, podemos ser, já diz o Cid, uma lady na mesa, uma louca na cama. Na Música, vemos além-fronteiras a pequena Miley como veio ao mundo a cantar sobre amores e desamores e a mostrar que afinal não é assim tão pequena e que se calhar tem alguma coisa a dizer; vemos a JLo, quarentona, com filhos e de rabo à mostra num video-clip só porque pode; vemos a Beyoncé que é casada e com uma filha a dançar sem complexos num cabaré parisiense para o seu marido, etc, etc, etc. Tudo isto não é depravação, é a afirmação da Mulher, do seu poder. Se não se apreciar a música, aprecia-se o efeito cultural, porque todas estas mulheres são seguidas por jovens, rapazes e raparigas, e por donas de casa, muitas delas desesperadas, porque vivem presas com os seus maridos misóginos em esteriótipos estúpidos. O sexo vende e sempre vendeu, mas se calhar nunca desta forma, em que somos nós a comandar e não vistas como um mero objeto que dá prazer aos homens.
Ser mulher é um privilégio. Temos esta coisa das contradições, de sermos uma pessoa e muitas ao mesmo tempo. Hoje saiu uma curta para o Chanel Nº5 (que dará matéria para novo post) em que a Gisele Bündchen, a protagonista, mais uma vez encarna uma mulher multifacetada - a mulher atual. Com o seu trabalho, com filhos, com os seus momentos a sós e com o amor. Tudo o que todas nós, tão diferentes e tão iguais, ambicionamos. Uma mulher que tão depressa está a fazer desporto, como 100% maquilhada, uma mulher que, e aqui digo eu, tão depressa está de micro-vestido numa festa badalada, como sem roupa num quarto de hotel com o homem ou mulher que escolheu para estar ao seu lado. E não há ninguém neste mundo com o direito de julgar esta liberdade que é inata aos dois sexos.
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